Revista Cinética Cultura e Pensamento
Jovens com idéia na cabeça e câmera na mão:
Biopolítica e trabalho imaterial na produção audiovisual
Alexandre Barbalho Ensaios Críticos

Usamos as linguagens vencedoras, aquelas que chegam até às pessoas.
Não é por acaso que Hollywood vence. Esta é a sociedade da comunicação.
Não podemos ignorar os códigos 

Luca Casarini
(militante dos Centros Socais do Nordeste italiano)

Um jovem se apresenta em uma tarde dominical e anuncia ao telespectador: está entrado no ar o NoAr, um programa que trata da cidade, da cultura, do conhecimento, da atenção, da pesquisa e da diversidade. Um “programa-oficina feito por jovens para mim e para você”.

O enunciado do jovem inquieta o telespectador que se remexe na poltrona. Afinal, segundo Deleuze (2000), a comunicação não seria distinta da criação em tempos de biopolítica e sociedade de controle? Então como ousar um programa-oficina na TV que trate de conhecimento, pesquisa, diversidade?

O que propomos é pensar essa possibilidade, acompanhando um pouco a experiência de jovens realizadores atuantes em Fortaleza na ONG Alpendre e a produção de suas criações audiovisuais.  

Biopolítica na lógica da sociedade de controle  

Em fins do século XVIII, como informa Foucault [1] , começa a se esboçar a biopolítica - tentativa do poder de se apoderar da vida em seu conjunto. Antes, nos séculos XVII e XVIII, a sociedade disciplinar tinha desenvolvido suas tecnologias e saberes que vigiam, hierarquizam, classificam, inspecionam, relatam, treinam e punem o homem-corpo – uma anátomo-política do corpo humano.

As novas tecnologias que compõem a biopolítica não descartam as técnicas disciplinares. Muito pelo contrario, vêm completá-las, usando-as como suporte para dar conta do corpo não mais individualizado no meio da população, mas da população como um só corpo, do homem e da mulher não como indivíduos, mas como espécie, como homem-espécie – uma biopolítica da espécie humana.

A biopolítica não se entretém tanto com a disciplina, mas com a regulamentação, com a tecnologia regulamentadora, previdenciária da vida, que faz viver e deixa morrer. O que liga as duas instâncias, o que transita entre a disciplina e a regulamentação, entre o corpo e a população, é a norma - poder horizontal e internalizado cuja força e efetividade estão, como aponta Olivier Devillaine [2] , em sua imanência. Na junção do poder disciplinar e do biopoder temos a sociedade normalizadora. Ou a sociedade do controle, como denominam alguns pensadores, entre o quais Gilles Deleuze [3] . Na sua avaliação, as sociedades contemporâneas se caracterizam cada vez mais por um controle contínuo e aberto, interminável, e não pelo confinamento das instituições disciplinares que estão em crise.

A lógica do confinamento é o molde, a do controle a modulação. A sociedade do controle é a da informação instantânea e permanente; da comunicação, cujo modelo maquínico é o cibernético, as máquinas de informática. Na sociedade de controle, os indivíduos possuem cifras e senhas, que podem garantir o acesso à informação, e não palavras de ordem como na sociedade disciplinar. Os indivíduos se tornam dividuais, divisíveis, e as populações amostras de pesquisa, dados bancários.

Vivemos em um tempo cuja lógica maquínica hegemônica é a da informação e da comunicação. A questão é como pensar e agir de forma diferente aos modelos impostos pela sociedade de controle, utilizando-se de suas fissuras e brechas. Em conversa com Toni Negri, Deleuze afirmou que para ele e Guattari uma sociedade parecia se definir “menos por suas contradições que por suas linhas de fuga” [4] . Portanto, quais as linhas de fuga possíveis já que estamos todos no interior do Império?
Deleuze acreditava que talvez a fala estivesse apodrecida e que, de toda forma, a comunicação fosse distinta da criação. Que o importante era o desvio da fala, criar “vacúolos de não-comunicação, interruptores, para escapar ao controle”. [5]

Mas, não será possível uma outra linha de fuga além da não-comunicação? Um desvio da fala favorecendo uma contra-comunicação?  

Biopolítica, trabalho imaterial e afeto  

Na era da disciplina, o capital voltava-se para a produção, cujo tipo ideal era o fordismo. Daí a necessidade de normatizar os corpos trabalhadores, garantindo maior produtividade. No capitalismo contemporâneo, o foco desvia-se da produtividade e dirige-se para os serviços, para as ações das bolsas. Na definição de Deleuze, trata-se do capitalismo de sobre-produção da era pós-fordista onde a fábrica é superada pela empresa e o marketing torna-se instrumento de controle social.

Há no capitalismo contemporâneo a centralidade em torno do trabalho vivo, cada vez mais intelectualizado. Na empresa pós-fordista, cabe sempre mais ao trabalhador a necessidade de escolher entre alternativas e de assumir decisões, daí que o que deve ser organizado e comandado é a sua subjetividade. Como afirmam Lazzarato e Negri, “qualidade e quantidade do trabalho são reorganizados em torno de sua imaterialidade” e o trabalho do operário transforma-se “em trabalho de controle, de gestão da informação, de capacidades de decisão que pedem o investimento da subjetividade” [6] .

Se o trabalho imaterial, entendido como trabalho abstrato ligado à subjetividade, é facilmente visível nos setores de ponta da produção capitalista, não podemos correr o risco de vê-lo como atividade restrita a poucos operários qualificados atuantes em um modelo comunicacional plenamente constituído. Como observam os autores, o trabalho vivo imaterial é a “forma de atividade de cada sujeito produtivo na sociedade pós-industrial” [7] .

Todos se tornam produtivos, mesmo aqueles que não estão lidando dia-a-dia com o trabalho na empresa. Se a base da produção é o trabalho vivo, imaterial, este não se encerra apenas na produção, mas se encontra também na reprodução e no consumo. É o que Negri denomina de devir-mulher do trabalho, esta produção e reprodução gerais de subjetividade e de vida, pois “os processos de produção e de comunicação, os investimentos afetivos, os investimentos referentes à educação e à reprodução material dos cérebros estão prestes a se tornar cada vez mais essenciais” [8] .

Segundo Maurizio Lazzarato, o sociólogo francês Gabriel Tarde, em seu trabalho La psychologie économique, propõe o conceito de subjetividade como potência e afirma que o conhecimento é o afeto mais importante – afeto entendido como potência de agir, seguindo Spinoza. O que possui conseqüências econômicas, a ponto de Lazzarato propor, além da teoria das riquezas, o desenvolvimento de “uma teoria dos conhecimentos baseada na crença e uma teoria das paixões baseada no sentir, fazendo dos conhecimentos e das paixões forças econômicas que explicam a especificidade das economias modernas” [9] .

O conhecimento não se constitui da mesma maneira que as outras mercadorias. Estas valem por sua raridade e a sua produção e o seu consumo implicam alienação e despojamento. Já o conhecimento e o afeto baseiam-se na emanação, na adição recíproca em seu processo produtivo e de socialização. Suas fontes de valor são a invenção e a cooperação e não o sobre-trabalho e a utilidade.

Porém, sendo cada cérebro-corpo a fonte de valor da economia imaterial vigente, é também, para o trabalhador, a fonte de uma autovaloração inédita na historia do capitalismo. A partir desta tendência torna-se possível pensar na resistência desses corpos-inventores ao Império; na constituição de uma comunidade expansiva no exercício de seu trabalho imaterial, pois o poder imperial não pode ser imposto simplesmente de cima para baixo, pois trata com subjetividades singulares criadoras de sentido.

Esses corpos, essas subjetividades singulares juntas compõem a multidão (e não a massa ou o povo onde estão abolidas as diferenças). Temos aqui a positivação do conceito de biopolítica. Se em Foucault significa controle sobre a população, em Deleuze, Negri e outros o conceito passa a significar a força criadora da vida humana, a potência inventiva da multidão - um caldo biopolítico, o “magma material e imaterial, esse corpo-sem-órgãos que precede cada individuação e cada corpo, essa potência ontológica comum que, no entanto, tende para singularizações divergentes”, diz Pelbart [10] .

Essa dimensão positiva, produtiva de biopolítica, foi discutida longamente em Mil Platôs de Deleuze e Guattari. Como situam Negri e Hardt, os pensadores franceses apontaram o paradoxo do biopoder: ao englobar todas as esferas da vida, perde a capacidade de mediar as diferentes forças sociais e propicia o surgimento de um novo meio (milieu) onde vigora a máxima pluralidade e a incontornável singularização – um meio do evento: “As resistências deixam de ser marginais e tornam-se ativas no centro de uma sociedade que se abre em redes” [11] .

Estamos todos dentro do regime biopolítico do Império. Não há o fora e a política é pura imanência, tanto no seu aspecto negativo, de controle, quanto produtivo: de possibilidade de resistência criativa e de desejo por dentro do regime imperial; de constituir o tecido biopolítico de baixo para cima; de virtualidade entendida como “o conjunto de poderes para agir (ser, amar, transformar, criar) que reside na multidão” [12] .

O que é preciso é investigar, como propõem os autores, as possibilidades do virtual em tocar no real, em exercer pressão nas bordas do possível; como a criatividade e o afeto desenvolvidos pelo trabalho imaterial podem se transformar em poder constituinte, em poder expansivo.  

Linhas de fuga: possibilidades  

Podemos pensar nos movimentos globalizados de oposição ao Império como os encontros do Fórum Social Mundial e os manifestos contra o G-8 em Gênova e Seattle [13] . Mas podemos pensar também nas múltiplas ações de criação, de imaginação, de desejo, enfim, de produção de subjetividade que atuam localmente e que, formal ou informalmente, articulam-se em rede. Ações que, independente da diversidade de formas e meios, se configuram como trabalho imaterial e, principalmente, como biopolíticas (em seu sentido produtivo).

Nesse contexto situa-se a atuação dos jovens reunidos em torno da ONG Alpendre, em Fortaleza, na produção do programa de audiovisual NoAr, veiculado na TV pública do estado do Ceará nas tardes de domingo. O NoAr tem uma hora de duração e é composto de vários curtas-metragem que exploram diversos gêneros: documentários, ficções, vídeo-clips etc. Há também um apresentador que vai conduzindo o telespectador durante o programa.

O projeto NoAr se iniciou em 2003 e em sua primeira versão trabalhou com 45 jovens entre 16 e 24 anos, todos eles vindos do Poço da Draga [14] . Atualmente, ele está na sua terceira versão, tendo passado pelo projeto mais de 100 jovens.
Nos documentos elaborados pela instituição, o NoAr é entendido como um dos núcleos do Alpendre, um núcleo de formação nas áreas de vídeo e internet, cujo objetivo seria o de que “criar e desenvolver projetos que ajudem a formar um circuito de pesquisa, reflexão e produção artística na cidade, constituindo-se de forma a integrar adolescentes e jovens de comunidades em situação de risco”.

Na justificativa do projeto, observamos como os formuladores da proposta compreendem a sociedade contemporânea como uma sociedade pautada em grande parte pela informação e pela comunicação e apontam a necessidade premente de fortalecer os processos de singularização que escapem dos fluxos homogeneizantes da globalização.

Por outro lado, os coordenadores do NoAr defendem que é preciso combater a representação simplista dos jovens agrupados em torno de gangues. Nesta forma de sentimento gregário, segundo avaliam, “o espírito de participação e pertencimento dos jovens, bloqueado em suas formas afirmativas de vida, acabam por assumir uma linha reativa onde a violência funciona como catalisador no qual eu me afirmo a partir da anulação do outro”.

Faz-se necessário, continua o documento, “afirmar o espaço público como lugar do partilhamento e da solidariedade”. E no caso específico do NoAr, é preciso “trabalhar os meios de comunicação a partir dos processos da arte e apostar na radicalidade destes processos como força de reinvenção de novas formas e linguagens, trazer a comunicação para o jogo da vida, como um processo aberto de experimentação”. Mais do que capacitar os jovens nas linguagens midiáticas, o que se propõe é que eles possam reinventá-las e não copiar os modelos, as gramáticas estabelecidas:

Tomar nas mãos as novas mídias não é só uma questão de tê-los ao alcance. Tomar algo para si é envolver-se, apropriar-se. E isso não se faz sem um processo de vivência e experimentação. Não basta promover o acesso aos meios, é preciso um processo continuado de formação e contra-informação para desmascarar os clichês do mundo da mídia e possibilitar outras formas de apropriação. Essa visão envolve, sobretudo, a (re)construção de projetos e sonhos apostando no resgate do potencial humano e criativo presente em cada um desses adolescentes, que buscam novas perspectivas de vida.

Durante o projeto, os jovens selecionados recebem uma formação variada, com disciplinas teóricas sobre filosofia, estética, comunicação, cultura e outras aplicadas à produção audiovisual como roteiro, direção, câmera, iluminação, edição, onde as lições são colocadas em prática na constituição de um programa-piloto do NoAr.

Todos os garotos e garotas participam das etapas de elaboração do vídeo, mas, ao longo do processo formativo, as singularidades se revelam e cada um vai, aos poucos, se especializando naquele trabalho que mais lhe satisfaz. Ao final, temos um coletivo de singularidades trabalhando, ou uma multidão, para usarmos o termo spinozista (multitudo) de Negri [15]

Terminado o período de formação, para o qual recebem uma bolsa de estudos, os jovens podem se integrar na equipe permanente de produção do programa NoAr, que é veiculado aos domingos. Esta produção é conduzida totalmente pelos garotos e garotas, desde a discussão em torno dos temas a serem abordados nos vídeos passando pela elaboração do roteiro, produção, até a etapa da edição. Os organizadores do Alpendre só intervêm quando solicitados, o que acontece, geralmente, na fase de produção, diante de dificuldades operacionais ou de recursos financeiros. Vale observar que, no atual estágio do projeto, alguns dos professores das turmas iniciantes são ex-alunos.

Em outro momento, discuti como esse espaço de partilhamento e de solidariedade entre os jovens, defendido pelo Alpendre, propiciou que estes se agrupassem não em tribos ou gangues endógenas e xenófobas, mas criassem entre si uma comunidade de sentidos, de afetos, por meio de uma política de amizade, sinalizando para outras compreensões de política e de cidadania [16]

Acrescentaria aqui que as criações midiáticas, resultado desta política de amizade, são “estratégias sensíveis no jogo da comunicação” no sentido que é dado ao termo por Muniz Sodré: “jogos de vinculação dos atos discursivos às relações de localização e afetação dos sujeitos no interior da linguagem” [17] . Ou seja, além de informação, o NoAr permite o reconhecimento entre subjetividades, não só entre os jovens que o produzem, mas, virtualmente, entre estes e aqueles que assistem ao programa.

Agora, gostaria de ensaiar uma compreensão do trabalho dos jovens no Alpendre na lógica do trabalho imaterial.

Primeiro, e de forma óbvia, pelo tipo de atividade desenvolvida, a produção audiovisual está totalmente inserida na economia pós-fordista do “capitalismo de sobre-produção”. Produção que requer a subjetividade, a criatividade e o afeto como matéria-prima.

O trabalho vivo dos jovens está na base deste “modelo comunicacional” de capitalismo. Trabalho este que não se encerra no espaço físico do Alpendre, nem no tempo em que os jovens lá estão. Ele se estende pelo tempo restante do dia-a-dia destes garotos e garotas que passam, sistematicamente, a ver o mundo pela ótica de suas atividades. Mesmo porquê, vivendo em situação de vulnerabilidade social, sem melhores oportunidades de lazer e ensino formal, passam a ter como principal referência de assunto entre amigos, familiares e colegas, de escola e trabalho, as experiências vividas no Alpendre.

Outro aspecto fundamental é a forma cooperativada em que se dá o trabalho, onde tudo é discutido entre os participantes e todos têm a oportunidade de passar por cada uma das etapas da produção audiovisual.

Ao participar de forma ativa do processo comunicativo, os jovens tornam-se consumidores críticos dos sons e imagens ofertados em profusão no mercado informacional ao articularem produção e consumo por meio de seu trabalho.

Como observa Tiago Drummond [18] sobre sua experiência na produção audiovisual, não devemos desconhecer o poder do capitalismo de sobre-produção em absorver diretamente ou posteriormente o trabalho vivo, a criatividade, a invenção – o que requer, no caso específico de que tratamos, uma análise minuciosa do funcionamento das grandes corporações midiáticas, onde a economia política da comunicação e da cultura tem muito a contribuir.

Mas devemos ter sempre em mente a contínua tensão entre potência e poder, entre invenção e conservação, para perceber a constante criação de linhas de fuga às linhas de força hegemônicas dos dias de hoje.

Nessa perspectiva, o cérebro-corpo-inventor dos jovens produtores do NoAr não é só fonte de valor da economia material, mas também fonte de auto-valoração, e formam uma comunidade expansiva, constituinte, que resiste às formas da sociedade de controle, não por meio de vacúolos de não-comunicação, ou por falas apodrecidas, mas elaborando falas criativas, vivas.

Referências bibliográficas

BARBALHO, Alexandre. No ar da diferença: Mídia e cultura nas mãos da juventude. Comunicação e Informação, Goiânia, v. 9, n.1, 2006,  p. 8-15.
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SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis: Vozes, 2006.



[1] FOUCAULT, Michael. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 

[2] DEVILLAINE, Olivier. Norme. In: LECLERCQ, S. (org.). Abécédaire de Michael Foucault. Paris: Vrin, 2004. p. 123-125

[3] DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2000.

[4] DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2000, p. 212.

[5] DELEUZE, Gilles. Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2000, p. 212

[6] LAZZARATO, Maurizio e NEGRI, Antonio. Trabalho imaterial: Formas de vida e produção de subjetividade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 25.

[7] LAZZARATO e NEGRI. 2001, p. 26

[8] NEGRI, Antonio.Exílio: seguido de Valor e Afeto. São Paulo: Iluminuras, 2001, p. 30.

[9] LAZZARATO e NEGRI. 2001, p. 62.

[10] PELBART, Peter Pàl. Biopolítica e biopotência no coração do império. In: GADELHA, S.; LINS, D. (orgs.). Nietzsche e Deleuze: Que pode o corpo? Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002. p.251-260 - p. 258.

[11] HARDT; NEGRI. 2001, p. 44

[12] HARDT; NEGRI.2001, p. 379

[13] Ver COCCO; HOPSTEIN, 2002.

[14] O Poço da Draga é uma comunidade nas vizinhanças do Alpendre com mais de 60 anos de existência e situada à beira-mar, na região do antigo porto de Fortaleza. Segundo dados da Secretaria Estadual de Infra-estrutura, em 2001, o Poço da Draga era composto por 1071 moradores, sendo que 54,79% desta população são de jovens com até 25 anos e, entre os que já assumiam a manutenção da família, 59,74% recebiam até um salário mínimo. Tais perspectivas propiciam a delinqüência juvenil, como o consumo de drogas, tráfico e pequenos assaltos. Desde o início do Alpendre, os jovens da comunidade se envolveram com os projetos desenvolvidos pela ONG, como o TV de Rua em 2000 e o Circuito Contemporâneo de Artes Plásticas em 2001-2002.

[15] NEGRI, Antonio. A anomalia selvagem: poder e potência em Spinoza. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

[16] Ver BARBALHO, 2006.

[17] SODRÉ, Muniz. As estratégias sensíveis: afeto, mídia e política. Petrópolis: Vozes, 2006, p. 10

[18] DRUMMOND, Thiago. Trabalho e produção de subjetividade. Lugar Comum, n. 19-20, Rio de Janeiro,2004, pp. 107-124.

Alexandre Barbalho é graduado em História (UECE) e em Ciências Sociais (UFC), mestre em Sociologia (UFC) e doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas (UFBA). Professor Adjunto da UECE, onde desenvolve pesquisas sobre políticas de cultura e de comunicação. Autor de livros como Relações entre Estado e cultura no Brasil, Cultura e imprensa alternativa, Política e cultura e A modernização da cultura.