Feliz ano novo
por Cléber Eduardo e Eduardo Valente
Virada de ano é sempre um tempo cheio de significados.
Pois na Cinética, ainda um bebê que só completará um ano de vida
em maio de 2007, dezembro foi quase todo passado olhando para
a frente. Os dois editores da revista (que assume este mês esta
editoria em dupla, com o nosso cineasta de plantão Felipe Bragança
arregaçando as mangas na divisão da sub-editoria com nosso aplicadíssimo
redator Leonardo Mecchi) estiveram envolvidos quase o mês todo
com aquela que é, desde já, nossa primeira grande aventura de
2007: a curadoria de longas e curtas da décima edição da Mostra
de Tiradentes. O convite, a princípio pessoal para Cléber Eduardo
e depois passado para a dupla de editores, foi motivo de enorme
satisfação por aqui, afinal se nossa intenção com a revista era
de um diálogo direto com o meio cinematográfico brasileiro, este
apenas se intensifica com esta oportunidade – que não vem sem
uma considerável dose de responsabilidade. Sobre esta aventura
falaremos muito mais ao longo de janeiro, mas o leitor pode acompanhá-la
de perto no site da Mostra.
Imersos neste processo, os editores estiveram
quase totalmente ausentes da revista como redatores ao longo do
mês. Algo a princípio preocupante, mas que também acabou sendo
motivo para grande satisfação, pois a revista não parou de produzir
textos em nenhuma semana, demonstrando (até para nós mesmos, principalmente)
que já existe de fato uma equipe formada que consegue dar o gás
necessário para nosso andamento independente dos contratempos
de outros trabalhos. Seja com a nossa filial parisiense, que reforçada
por André Brasil preparou uma consistente pauta sobre Frederick
Wiseman; seja a dobradinha transoceânica entre Cezar Migliorin
e Lila Foster tentando dar conta da obra de Cao Guimarães; seja
nosso “homem de Araçatuba”, Diego Assunção, mantendo viva a chama
do DVD e do YouTube; além, claro, do correspondente além-mar em
Santa Maria da Feira, Leo Mecchi. Fato é que foi com orgulho que
os editores puderam ver o site vivo semana após semana enquanto
mergulhávamos em pilhas de DVDs e VHS para fazer a curadoria.
Para 2007, esperamos reforçar este sentido de equipe, e, como
qualquer time de futebol nesta época do ano, já começamos a correr
atrás de alguns reforços em posições ainda desfalcadas da revista,
como poderemos mostrar logo nos primeiros meses do ano vindouro.
A passagem de mais um ano no calendário é sempre
o momento de rever o que aconteceu no passado recente, e projetar
para o futuro (próximo e distante), e na Cinética não será diferente.
Sobre o tema dos “destaques de 2006”, o leitor saberá logo logo
de uma surpresa que reúne redatores de publicações que estiveram
bem próximas ao longo do ano, como Cinética, Cinequanon, Contracampo,
Paisá. Já aqui, na revista em si, ao invés das tradicionais “listas
de melhores”, passaremos janeiro publicando artigos de vários
de nossos redatores falando de temas que ocuparam nossa atenção
ao longo de 2006 – o que estreamos nesta semana com os artigos
de Diego e Mecchi sobre o YouTube. Como não poderia ser diferente,
marcará presença um dos temas mais recorrentes do ano: o mercado
de cinema nacional, foco da série “Cinema brasileiro para quem?”,
dará espaço em breve a uma série de entrevistas com representantes
de diferentes lados do jogo deste mercado (produção, distribuição,
exibição). Queremos, assim, ouvir diretamente dos maiores envolvidos
(e falar com eles também, claro) um diagnóstico, e prognóstico,
do que estamos vivendo hoje e o que podemos esperar para breve.
Em suma, 2007 será mais do mesmo em Cinética –
o que, numa revista que ainda gosta de se descobrir e reinventar
a cada dia, significa mudança e movimento constantes.
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editoriais anteriores.
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