A todo vapor
por Cléber Eduardo e Eduardo Valente

Há exatamente um ano, na virada de 2006 para 2007, dizíamos aqui nesta página editorial que o mês era dedicado pelos editores a algo fora das seções da revista, no caso a seleção e curadoria da Mostra de Tiradentes. Pois se este foi o caso então, em 2008 o mês de janeiro chegou ao absurdo completo de atividades extra-Cinética: quase simultaneamente à estréia mundial de Cléber Eduardo como diretor de cinema (com o curta Almas Passantes, co-dirigido com Ilana Feldman, que foi exibido publicamente pela primeira vez no dia 17/1, na Caixa Cultural, RJ), Eduardo Valente dava início às filmagens de seu longa-metragem, Vórtice, que ocorrem no Rio de Janeiro desde o dia 14/1 (e até o dia 23/2). Mas, está longe de ficar nisso: na sexta-feira desta mesma semana, 18/1, com a exibição de Falsa Loura, de Carlos Reichenbach, tem abertura a 11a edição da Mostra de Tiradentes. Mais uma vez, Cléber assina a curadoria-geral do evento, e tem a companhia de Valente na seleção de curtas. E, como se fosse pouco, os dois fecharam no dia 2/1/2008 (sintomaticamente) a curadoria daquela que será a primeira mostra efetivamente assinada pela Cinética, que acontece em meados de março próximo na Caixa Cultural, Rio de Janeiro.

Com o acúmulo das acima mencionadas atividades “extra-curriculares” dos editores, seria de se esperar que janeiro fosse um mês mais tranqüilo, às beiras do modorrento na Cinética, principalmente na semana de 14 a 18 de janeiro, certo? Bom, é nossa alegria profunda ver que isso seria absolutamente equivocado, já que a Cinética se consolida cada vez mais como algo que ultrapassa muito a voz de seus editores. Ao mesmo tempo em que começamos nossa passada a limpo das imagens de 2007 em nossa pauta retrospectiva especial, com artigos de André Brasil, Francis Vogner dos Reis e Luiz Soares Júnior (a serem complementados por outros redatores nas próximas atualizações), Felipe Bragança nos traz de presente lá da França uma instigante entrevista com o delegado-geral do Festival 3 Continents, Guillaume Marion, onde este reflete um pouco sobre a imagem do cinema brasileiro no exterior.

E, finalmente, abrindo de vez os trabalhos para um novo ano, Leonardo Mecchi trabalha duro com nosso designer Tiago Teixeira para colocarem no ar nos próximos dias um projeto ambicioso da revista: selecionado pelo programa Cultura & Pensamento, do Ministério da Cultura, o projeto Estéticas da Biopolítica – Audiovisual, Política e Novas Tecnologias é editado por Mecchi, André Brasil, Cezar Migliorin e Ilana Feldman, e apresenta uma série de ensaios (escritos e/ou audiovisuais), entrevistas e um fórum de discussão sobre assuntos relacionados ao tema acima. Ao mesmo tempo que é parte integrante da revista, o projeto também tem autonomia editorial e visual, indicando um caminho a ser mais explorado no futuro.

Quem disse que o ano só começa depois do Carnaval? Em 2008, o ano começa à toda para os cinéticos – dentro e fora da revista.

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