in loco Vestígios
de três mostras de cinema Chantal
Akerman, Marguerite Duras, Stan Brakhage
A
realização de uma mostra retrospectiva é bem mais do que
a simples apresentação de alguns filmes num cinema. É a chance
de um mergulho na obra e no pensamento cinematográfico de um autor que,
quando lidam com nomes como os acima mencionados, não permite que o espectador/crítico
saia da experiência igual a como entrou. São momentos que geram uma
certa energia entre um grupo de espectadores em torno de uma obra de uma maneira
que muitas vezes marca a memória destes indelevelmente, atrelando mesmo
aquela obra àquela sala de cinema. Por isso, quem esteve presente na mostra
Stan Brakhage - A Aventura da Percepção ou na mostra Marguerite
Duras: Escrever Imagens sempre vai saber que elas aconteceram na Caixa Cultural
do Rio de Janeiro, assim como quem acompanhou O Cinema de Chantal Akerman
saberá que ela aconteceu no CCBB (RJ/SP/DF). Este efeito se vê multiplicado
num panorama como o brasileiro, onde mostras com este grau de importância
e completude (no cuidado com os formatos originais e no número de obras
exibidas), se não chegam a poder ser chamada de raridades, certamente não
são o usual do cardápio dos cinemas. Por isso o que esta pauta quer
fazer é menos dar uma idéia de exegese final e definitiva da obras
destes cineastas (cada um deles um gigante à sua maneira da história
e da contemporaneidade do cinema), mas sim permitir algo que se aproxime do retrato
que ficou da passagem destas obras por alguns lugares e pessoas específicos
num tempo e lugar dado. Daí a palavra "vestígios" no título
acima - palavra que, de resto, é relevante na obra de cada um destes realizadores,
de maneiras distintas. Estes abaixo são os que temos para provar que, num
certo momento, estas obras passaram por nós.
Chantal
Akerman
Marguerite
Duras
Stan
Brakhage
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